Há algumas décadas o desenvolvimento infantil tinha as suas fases bem definidas. Sabia-se não ser necessária a aceleração dos processos, de prontidão física e mental. Era tudo à sua hora e ao seu tempo e, consequentemente, natural.
As pressões e cobranças, tão comuns na atualidade, não serviam de regras para aqueles que tinham a incumbência de cuidar dos pequeninos, bem como, e principalmente, para eles.
Não existiam tantas novidades e facilidades, principalmente as técnicas e científicas, mas existia maior tranquilidade e mais oportunidades, para que fossem desenvolvidas a curiosidade e a criatividade, inerentes às crianças.
As brincadeiras eram criadas, inventadas, e praticamente todas colaboravam para que, de alguma forma, o físico, o intelecto e o sentimento de grupo se fizessem presentes, contemplando todo o necessário ao desenvolvimento infantil.
Tudo era possível ou não muito difícil de alcançar, e nada fugia à imaginação fértil dos menores, que transformavam uma infinidade de utensílios e materiais nos mais variados tipos de brinquedos.
Mas o tempo foi passando, os brinquedos elétricos e à pilha foram sendo descobertos e passaram a competir com o grupo. A partir daí, o crescente avanço tecnológico e científico não deixaria de ofertar à infância as mais diferentes inovações, em termos de brincadeiras e diversões.
O mais moderno, o eletrônico, aos poucos foi ganhando espaço. Descobriu-se que as utilidades do computador não serviam apenas aos adultos, pois poderiam, perfeitamente, ser estendidas às crianças, oferecendo-lhes o encanto, a fantasia, a dinâmica das cores e do movimento.
Vieram os jogos em suas mais diversas versões; chegaram os smartphones, com todas as suas possibilidades… E, de forma solitária, as crianças ficaram ligadas aos componentes eletrônicos que as levavam a um mundo totalmente novo, mais inovador e excitante do que a TV, através do qual puderam interagir.
E, aos poucos, a criatividade da equipe foi dando lugar à competitividade solitária, com o quebrar de recordes, com o superar de fases…
Não se podem negar os benefícios trazidos pela informática, despertando a curiosidade, auxiliando na coordenação motora, desenvolvendo a concentração. Não se pode esquecer a importância do computador, mormente na área educacional, facilitando trabalhos escolares e proporcionando, através da internet, mais quantidade e maior velocidade nas pesquisas.
Mas, diferente da máquina, sabe-se que a infância é uma preparação, e que essa fase requer todos os cuidados necessários, principalmente os da atenção, afeto, compreensão e diálogo.
Ao se atentar para isso, certamente esses equipamentos serão sempre um moderno aliado da criança, e não se transformarão em refúgio perante a insatisfação, não serão sua acolhida em momentos de fuga e nem seus companheiros na carência afetiva.
Devemos, portanto, lembrar não serem poucos os elos que nos unem às crianças, e não esquecer que são muitos, os fios, cabos, conectores e chips, que podem fazer com que elas se afastem de nós.
Geraldo Vieira de Magalhães
Psicólogo – CRP 08/06392
O Psicólogo Geraldo Vieira de Magalhães é conveniado da Universal Saúde e atende crianças, adolescentes, adultos e idosos.
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